sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Mais um signo? Signos deslocados?

De tempos em tempos é trazida à tona essa polêmica com relação aos signos, tanto quanto à sua visualização quanto à existência de um 13º signo.

Quando falamos dos signos em Astrologia estamos nos referindo ao Zodíaco Tropical, que está associado aos trópicos do planeta e associados também às estações do ano, em seus equinócios e solstícios, e não ao Zodíaco Sideral, esse sim o que é visível no céu.

Os movimentos da Terra são vários, dentre eles os mais conhecidos como a rotação e a translação. Outro importante movimento é o da Nutação, movimento que a Terra faz em torno do Eixo perpendicular ao plano do sistema solar.

Esse movimento chamado de Nutação, que faz o eixo da Terra se movimentar como um peão, faz ocorrer o Precessão dos Equinócios, um movimento que tem um ciclo completo em torno de 26.000 anos.

Aproximadamente no ano Zero esse equinócio, que marca o início da Primavera no Hemisfério Norte e o Outono no Hemisfério Sul, apontava para o ponto Zero da constelação de Áries, marcando as estações do ano coincidentes com o início do Zodíaco no signo de Áries.

Com esse movimento de Precessão, com um passo de aproximadamente 1º a cada 72 anos, atualmente o início das estações não coincide mais com esse ponto Zero da constelação de Áries.

A visualização do céu por esse ponto Zero da constelação de Áries é o que chamamos de Zodíaco Sideral.

Como referencia temos um outro Zodíaco, o chamado Zodíaco Tropical, que marca o início das estações do Ano, esse sim a base para os signos em Astrologia, que se manifesta em funções da Terra, com esse referencial celeste.

Aproximadamente no ano Zero, então, os dois zodíacos eram coincidentes, e o que era visível correspondia ao que era percebido na terra pelas estações do ano.

Com esse período de 2.000 ocorreu, como sempre ocorrerá, um deslocamento entre os efeitos da Terra o que é visível no céu.

Atualmente esse deslocamento, essa diferença entre os dois zodíacos, é de aproximadamente 28º, chamado de Ayanansa, o que faz com que a constelação visível não corresponda à estação do ano correspondente.

Por exemplo: Em torno do dia 21 de Março, quando o dia e a noite têm a mesma duração, o Equinócio, marcando o início da Primavera no Hemisfério Norte e o Outono no Hemisfério Sul, a Terra, a natureza e todos os seres vivos, responde à expressão que os astrólogos chamam de Áries, apesar de que olhando o Sol neste dia veremos a Constelação de Peixes, com esse deslocamento de aproximadamente 28º para trás.

Isso explica o porque de afirmarmos que quem nasce no dia 21 de Março tem o Sol no SIGNO de Áries, a 0º, mas está localizado na CONSTELAÇÃO de Peixes.

Signo não é a mesma coisa que constelação.

A Astrologia se baseia em ciclos que a Terra responde em termos naturais, através da marcação das estações, e não no que é visível em constelações.

Por observação contínua, percebe-se que essas manifestações e estímulos que a Terra e os seres vivos responde, são 12, distribuídas a partir do início das estações.

Ao visualizarmos o céu observamos as constelações zodiacais que se encontram na rota aparente do Sol, do ponto de vista da Terra. Em sua trajetória é estimulado um tipo de atividade através dos 12 setores definidos pelo Zodíaco Tropical, o que está associado às estações do ano.

Nessa mesma trajetória ele se movimenta pelo Zodíaco Sideral, o que é visível da Terra, com a diferença de deslocamento da precessão dos equinócios.

Nessa trajetória vemos o Sol passar pelas constelações zodiacais, que têm os mesmos nomes dos signos da Astrologia em seu zodíaco tropical

Os signos astrológicos, os sinais que a Terra responde junto à natureza, são 12. Entretanto nessa trajetória o Sol percorre 13 constelações, sendo uma mais além do Zodíaco Tropical: a constelação do Serpentário, Ofiúcos, que se encontra entre Escorpião e Sagitário.

Como a Astrologia não se baseia no Zodíaco visível, Sideral, mas sim no Tropical, que se estabelece em efeitos na Terra, essa constelação não é considerada, já que não tem esse efeito sobre a Terra.

Fiquem tranquilos, terráqueos. Nossos signos, ligados às estações do ano e ao nosso planeta, continuam a ser os mesmos.
Quando um dia nascer alguém fora da Terra, em Marte, por exemplo, teremos outra Astrologia, e quem sabe esse Serpentário possa lá pelas bandas de lá, se manifestar.

Essas explicações acima foram feitas de modo bastante sintético e simples, requerendo muito mais tempo, explicações técnicas e gráficos, mas já mostra como é essa diferença entre o que é visível no céu e o que é percebido na Terra.

É ótimo quando essas polêmicas são levantadas, já que trazem a oportunidade de se esclarecer como é o efeito astrológico.

Mostra que a Astrologia é um efeito natural, terrestre, que faz parte de tudo o que compõe nosso planeta e nossa existência.

Grande Abraço e Boa Luz a todos

Robson Papaleo, astrólogo
Diretor de cursos e eventos
Gaia Escola de Astrologia

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